MARIA, MINHA FILHA

Desenho feito por Maria Gabriella

Ela não é a virgem de Belém
Nem tão pouco qualquer Maria
É também Gabriella,O anjo
Aquele que anuncia

Foi em noite quente de novembro
Lá pelas nove, mais ou menos
Que uma enorme lua surgiu
Anunciando um nascimento
Mais um filho do Brasil

Ainda faltava um tempo
No entanto se apressou meu anjo
A quem chamei Gabriella
A enluarada Maria
O luar que me guiaria

Olhares cruzados
Silêncio profundo
Seja bem-vinda, Maria
Menina que em outros versos
É lua que viaja vadia

Hoje ela é guerreira
A brava Maria Bonita
Quem me segue de perto ou de longe
Quem me orienta de noite ou de dia

É estrela muito brilhante
Maria, morena Maria
Maria, farol que me guia
Lua que viaja vadia


Bom mesmo...é ser mãe de Maria!

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Maria, maria

CUMPLICIDADE

 Imagem:Pixabay - https://pixabay.com/pt/users/bulba1-1417968/

O verde do meu olhar

Acrescido ao teu azul ultramar

Águas que brincam de se misturar

Suaves ou violentas

Percorrem quaisquer distâncias

Até que juntas alcançam o mar

Aos gritos de  gozo profundo

Poem-se as águas a dançar

Celebrar e mais outra vez, celebrar

Não posso afirmar, mas

Dizem os pescadores que

Mais tarde elas descansam

Nas areias brancas de uma praia

Sussurrando palavras de amor!"

Aleluia, Aleluia, Senhor!

Sandra May

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SAUDADE

SOLIDÃO

Imagem gratuita: Pixabay

Casa fechada
Mente fechada
Coração trancado
Chave jogada fora.

Árvore morta
Dura
Inflexível
Serrada
Trancada porta.

Ausência de luz
Escuridão e sombra
É preto, preto e mais preto
Todo dia, lá vai preto
Toda noite, lá vem preto
Nebuloso e confuso
Se há vida...
É pelo avesso !

Passa o tempo
Passam as horas
E passa a Vida.

Casa fechada
Coração trancado
Árvore serrada
Dura e morta
Que agora é porta
Tão fechada
Que à luz impede de curar
Tão profunda ferida.
Sandra May

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DE FLOR EM FLOR

Imagem gratuita: Pixabay

I
Não me ofereçam rosas
Orquídeas nem lírios
Em buquês, ramalhetes ou corôas
Aceito as flores bem vivas
As flores sem cheiro de morte.

II
Prefiro os jardins estrumados
E as sementes levadas ao vento
Borboletas voando
Na plenitude da breve sorte
E o que é podre se tornar alimento!
Sandra May 

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O coração e a porta

DEPOIMENTO DA ROCHA

Imagem: Pixabay

Crua e incisiva
Tenho um espinho na carne
E um punhal cravado no peito
Noites de pouco sono e dias verdes
Feitos de reflexões costuradas
Passos cuidadosos e quase débeis
Captando o pulsar da terra
Como radares

Pão sobre a mesa / erva no chão

Estremece o interior da terra
E o inferno não podendo conter-me
Explode!
Arremessada entre lavas incandescentes
Escorro fogo

Sopram ventos
Desaguam tempestades torturantes
Sou Rocha.
Sobre mim edifiquem suas casas
Construam seus pilares
Me ponham por altares

Posso ser polida
Posso ser lascada
Fendida, escorrerei as muitas águas
Fonte, saciarei as muitas sedes
Triturada areia
Finíssimo pó, talco

Pedra, dura pedra
Pedra, lisa pedra
Viajante solitária do grande universo
Meteoro fui
Por encontro alucinante
Estrela cadente sou
Façam três pedidos

Quebrei vidraças
Parti corações
Venci gigantes
Golias jaz morto aos meus pés
No entanto não lhe deceparei a cabeça
Não exibirei troféu
Chega de sangue

Pedra, dura pedra
Pedra, lisa pedra
Faísco Cristal

Super aquecida
Me modelo Diamante
E comovo women corações

Pedra, dura pedra
Transformada e sempre pedra
Pedra no meio do caminho
Pedra que é o meu espinho
Pedra no nosso caminho
Pó de pedra, disfarçada
Em punhal e espinho
Seixo, entre as sombras descanso
No poço raso de um rio.
Sandra May

O CORAÇÃO E A PORTA

Imagem gratuita Pixabay

Nobres ou pobres

Portas são portas

Se no momento certo

Se abrem ou se fecham

Somente isso importa.

O Coração,

Esse é a grande Porta!

Sandra May

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MÃOS EM DECOMPOSIÇÃO

METAMORFOSES

Tanto temi e no entanto estou serena
Aguardo com calma o momento de morrer

Uma vida inteira de medo
Que graça tem?
Uma vida semi-vida
Uma vida semi-morta
Uma vida mais pra torta
Mais pra porta
...entre aberta
Mais pra fechada.

Agora espero
Escancarada
E quando ela (a morte) chegar
Estarei de braços bem abertos, coragem não me falta!

Estou frente a frente com o sol
Sem perguntas obtenho as respostas
Apenas uma brilhante luz nos une
Infinitamente longa
Somos um
É o Todo Tudo
É o Tudo Todo
É certeza, escolha, é liberdade.

Deixo a escuridão solitária
Após percorrer no silêncio
Tantos cômodos da casa vazia
Foi bom encontrá-la desocupada
Sem fantasmas, às escuras.

Agora vou acender as luzes, vou ocupá-la
Aquele fio de luz é a mão que me guia
Sou então metamorfose
E a morte me transforma
Recomeço
Percorro novos caminhos, possuo asas
Estou voando!

Posso agora escolher novos móveis
Tapetes e cortinas
Objetos decorativos e quadros
E flores, muitas flores
Dentro e fora da casa.

Ela (a casa) é grande
Nela cabem muitas pessoas, amigos
Muitos sonhos e alegria
Animais de estimação e consciências lavadas
Lá tem um espaço reservado prá meditação diária
Onde encontrei inscrito:
"pra  renascer, é necessário morrer
todo dia, todo dia, todo dia."
Sandra May
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EU SOU O SOL E VOCÊ O MEU LUAR

ENLUARADA

Imagem autoral

A lua

Navegante solitária

flutua

Melancólica e bela

Vulneravelmente sujeita

a um cupido qualquer!

Sandra May 

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AGORA É COMEÇAR UMA NOVA HISTÓRIA

MARIA, MARIA!

NINFA 

http://onpeutdisparaitreici.blogspot.com.br/

Maria luar que me guia
Lua viaja vadia
Vida sem pressa surgia.

A lua é Maria
Maria é vadia 
A vida não tem pressa...

Bom é ficar vazia!                                                                                                                   
Sandra May
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Enluarada

PARAÍSO ABANDONADO

Imagem autoral

Olho pro nosso jardim
Nossa! como está triste

Parece que não sonha mais

As flores pouco desenvolvidas

Emudecidas, me ignoram

Se recusam a falar

Procuro conversa, nenhuma responde...

E ouvindo somente esse imenso silêncio, eu me pergunto:

Já será esse vazio o Testamento?

Sandra May

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TEMPOS DE GUERRA

ONDE FICA PASÁRGADA?

O que me consola
É pensar em Pasárgada
Vou me embora pra Pasárgada
Pois lá é o meu lugar.

Quando o coração aperta
Aperta pra valer
E o nó na garganta
Não impede o rolar de uma lágrima
Ou de muitas águas
Não sei onde fica Pasárgada
Só sei que estou indo pra lá.

O meu lugar, uma floresta densa, quase fechada
Só dá pra ver um pouco do céu
O suficiente
Nela tenho quase tudo que preciso
Mas às vezes sinto medo, muito medo
Reconheço minha solidão e penso em gritar por ajuda
Inútil
Ninguém me ouviria
Então deito na terra úmida e quente
Aspiro o cheiro do verde
E cravo meus  olhos no azul
Estou conectada com a vida, viva a vida!

Agora acontece o que ninguém acredita
Sou Metamorfose
Meus braços se alongam em facas e foices
E mais uma vez abro caminhos
Onde parecia impossível.
Sandra May

Imagem autoral

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A CASA VERDE ESPERANÇA

TEMPOS DE GUERRA

Amigo, antigo, agosto, agora, agrado,antílope,antiquário, autônomo, altruísta, augusto, agradável, abominável, albergue, alface, anão, avião, alçapão, alemão, áspero,apático, aptidão, algodão, anjo, arcanjo, aquarela...

Em dias de chuva

Cheiros de terra
Cheiros de guerra
Aguardando jovens jardineiros
Que descansam sob a grama

Sobre a lama, sujando a honra

Os uniformes camuflados

Manchas de nada

Imitando quase tudo

É a guerra

É a terra
São as lágrimas que já não escorrem

Pelas faces sujas de poeira
Secaram!

...e se não tivessem secado
Escorreria barro 
Pelos rostos amargos, secos
Rostos quase apagados
Como fotos muito antigas
Como tempo passado
Que vai apagando memórias
Desvanecendo velhas histórias
Sonhos
Muitas saudades

Tudo volta ao que era
Completa o ciclo
Se tornando nada
Começo do tudo.
 Sandra May

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